Soneto
antes que a minha pena haja tudo traçado,
antes que em algum livro ainda possa colher
dos grãos que semeei o fruto sazonado;
quando vejo na noite os astros a brilhar
- vasto e obscuro Universo, impenetrável mundo! -
quando penso que nunca hei de poder traçar
sua imagem com arte e em sentido profundo;
quando sinto a fugaz beleza de alguma hora
que não verei jamais - como doce miragem –
turva-se a minha mente, e a alma em silêncio chora
um impulsivo amor. E a sós, me sinto à margem
do imenso mundo, e anseio imergir a alma em nada
até que a glória e o amor me deem a hora sonhada!
O poeta inglês John Keats viveu apenas 25 anos. Deixou uma série de poemas extraordinariamente lindos, carregados de um sentimentalismo ímpar e um amor do qual pouco pode aproveitar... Para Fanny Brawne, 1820
“Às vezes, temes que eu não te ame tanto quanto gostarias?
Minha querida, eu te amo sempre e eternamente, s em reservas. Quanto mais conheci, mais amei. De todas as maneiras até meus ciúmes foram agonias de amor; no mais violento acesso que sofri, teria morrido de amor por ti. Já te atormentei demais, mas por amor! Posso evita-lo? Sempre te renovas. O último dos teus beijos sempre foi o mais doce, o último sorriso o mais luminoso, o último gesto, o mais gracioso. Ontem, quando passaste diante da minha janela, fiquei tão cheio de admiração como se te visse
pela primeira vez”.
John Keats
Trecho do filme Bright Star (Brilho de Uma Paixão)
quando se trata do amor...